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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

2009: o ano que já terminou

De todas as (poucas) certezas que tenho nesta vida, posso admitir com bastante convicção: 2009 já acabou. O ano terminou, mas para o esporte brasileiro, 2009 é apenas um começo, o início de uma nova era. O Rio de Janeiro será a sede dos Jogos Olímpicos de 2016, um feito que foi conquistado em 2009, e o Brasil vai sediar a Copa do Mundo de 2014, algo que já sabíamos desde 2007. Pode soar paradoxal, mas o fim de 2009 está longe de ser um “ponto final”. Apenas o ano terminou. Só ele.

A preparação para receber os dois maiores eventos esportivos do mundo está longe do fim. Muito pelo contrário, na prática, sequer começou. Os brasileiros, que já têm a fama de não levar a pontualidade a sério, não parecem se importar com isto. Chega a ser um absurdo o Maracanã ficar aberto durante a maior parte de 2010.

Creio que tanto as Olimpíadas quanto a Copa do Mundo trarão benefícios ao Brasil e aos brasileiros. Entre outras inúmeras coisas, o transporte público precisa ser aperfeiçoado, e nada melhor do que uma obrigação e o mundo todo de olho para algo realmente ser feito e finalmente sair do papel. Ideias todos nós temos. O diferencial está em botar a mão na massa.

A todos, um feliz 2010!

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A coluna foi escrita por mim e está originalmente no seguinte endereço: http://prosaemverso.com.br/index.php/2009/12/31/2009-o-ano-que-ja-terminou/

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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

A polêmica do voto pela internet do COB


No início desta semana aconteceu a décima edição do Prêmio Brasil Olímpico, promovido pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Os atletas que mais se destacaram em suas modalidades foram premiados no Oscar do esporte brasileiro. A escolha dos melhores das 42 modalidades esportivas foi feita por personalidades, dirigentes e jornalistas ligados ao esporte. Esse mesmo júri indicou três atletas masculinos e três femininos para concorrer ao prêmio de atleta do ano, e a decisão ficou na mão do público, que votou pela internet. E é aí que a polêmica começa.

Neste ano, o nadador César Cielo e a judoca Sarah Menezes foram os vencedores. Cielo já era o favorito, e não restavam dúvidas de que ele seria o vencedor. Recentemente, o nadador bateu o recorde dos 50m livre. Nada mal, não é mesmo? Mas… quem é Sarah Menezes?

Confesso que fiquei assustado ao saber que a judoca do Piauí tinha sido eleita pelo voto popular como a melhor atleta do ano. O susto foi ainda maior porque Poliana Okimoto, das maratonas aquáticas, era a franca favorita. Poliana deixou o Maracanãzinho, local da cerimônia, sem o troféu e indignada com o resultado.

A polêmica veio logo à tona. No mesmo dia, sites de todo o país noticiavam que governador do Piauí, Wellington Dias, fez uma forte campanha pela atleta. O político usou o programa “Falando com o governador” para pedir votos e a agência de comunicação do estado também fez uma campanha maciça nas rádios do Piauí em favor de Sarah Menezes.

Creio que, com esta atitude, chegou a hora do COB mudar o sistema de votação do melhor atleta do ano. Não tenho absolutamente nada contra a atleta, mas não acredito que ela tenha sido merecedora do prêmio. Para quem não sabe, Sarah Menezes tem 19 anos e é bicampeã mundial juvenil de judô.

O sistema de votação do COB, que permitia que o internauta votasse quantas vezes quisesse, foi alvo de duras críticas por parte dos próprios atletas. O marido e também treinador de Poliana Okimoto se sentiu prejudicado e chegou a afirmar que o resultado foi “injusto”. O vencedor masculino, César Cielo, também usou o mesmo argumento para tentar explicar o resultado.

O governador do Piauí disse que as críticas fazem parte de um preconceito que o Brasil tem contra o estado. Não concordo. Já Sarah Menezes preferiu não entrar na polêmica e ignorou os comentários. Quem cala consente…

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A coluna foi escrita por mim e está originalmente no seguinte endereço: http://prosaemverso.com.br/index.php/2009/12/24/a-polemica-do-voto-pela-internet-do-cob/

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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Grupo do Brasil na Copa de 2010 não é 'lá essas coisas'


O sorteio que definiu os grupos da Copa do Mundo de 2010 aconteceu no último dia 4 de dezembro. Os torcedores brasileiros ficaram apreensivos com os seus primeiros adversários na África do Sul: Coreia do Norte, Costa do Marfim e Portugal. Dunga, no entanto, diz que é bom enfrentar seleções fortes logo na primeira fase. Concordo com o técnico da seleção brasileira. Os jogadores do Brasil e os torcedores não têm motivos para temer qualquer equipe.

Quem tem que realmente se preocupar são os adversários. Qualquer seleção do mundo tem, pelo menos, respeito pelo Brasil. Respeito, para não dizer medo. Um empate com os brasileiros poderia ser motivo de festa para a Coreia do Norte, por exemplo. Disso, não tenho dúvidas.

Puxando pelo Grupo G, grupo do Brasil na Copa de 2010, creio que Portugal não é mais isso tudo que dizem, e também não será esse “bicho papão” que muitos comentam. Acredito que o melhor momento da seleção lusitana foi quando Felipão era o técnico. Agora, com Carlos Queiroz, os portugueses precisam se esforçar muito para brilhar no continente africano. Cristiano Ronaldo terá que jogar bola para provar que (ainda) é um craque. Afinal, ultimamente suas maiores e melhores aparições na mídia tem sido por fatores “extra-campo”. Uma pena.

A Costa do Marfim, do atacante Drogba, pode ser considerada a seleção mais perigosa do grupo do Brasil, na minha opinião. Digo isto porque os jogadores têm raça e uma vontade absurda de vencer, bem diferente de muitos times europeus da atualidade. Em 2006, na Copa da Alemanha, a seleção da Costa do Marfim foi uma zebra. Por que motivo a história não poderia se repetir em 2010?

Jogando o que sabe e tendo seriedade durante a concentração, a primeira fase da Copa de 2010 não será problema para o Brasil. Os erros da última Copa do Mundo não podem ser repetidos. Caberá ao técnico Dunga e aos jogadores honrar a camisa. Eu boto fé que isto acontecerá!

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A coluna foi escrita por mim e está originalmente no seguinte endereço: http://prosaemverso.com.br/index.php/2009/12/17/grupo-do-brasil-na-copa-de-2010-nao-e-%E2%80%9Cla-essas-coisas%E2%80%9D/

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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Flamengo garante o título do Brasileirão 2009


Depois de nove anos, o Campeonato Brasileiro voltou a ser conquistado por um clube do Rio de Janeiro. No último domingo, o Flamengo cumpriu o seu papel e venceu o Grêmio num Maracanã repleto de rubro-negros por 2 a 1. O resultado bastou para o caneco retornar à Cidade Maravilhosa. O Vasco também fez o seu papel em 2000, no mesmo estádio, ao vencer o São Caetano.

Entre 2001 e 2008, seis títulos foram conquistados por clubes de São Paulo, com Corinthians (1), Santos (2) e São Paulo (3). Apenas Atlético Paranaense, em 2001, e Cruzeiro, em 2003, quebraram essa verdadeira hegemonia.

Será que o futebol carioca voltará aos seus tempos de glória? Esta é uma pergunta difícil a ser respondida. Já estamos cansados de escutar ou ler o clichê que diz que “o futebol é uma caixinha de surpresas”. Concordo. Nem sempre a equipe mais bem estruturada vence, nem sempre a equipe com o melhor time ganha. Não estou dizendo isso para desmerecer o título do Flamengo, muito pelo contrário. Isso acontece em todos os campeonatos em todo o mundo. O exemplo mais claro e recente é o da Copa do Mundo de 2006. O Brasil era o franco favorito e o que se viu foi uma lambança vergonhosa.

O Flamengo de 2009 mereceu o título do Campeonato Brasileiro. A arrancada do time no segundo turno foi espetacular, principalmente pelas exibições de gala do sérvio Dejan Petkovic e dos gols do artilheiro Adriano, o “Imperador”. Isso sem esquecer das boas defesas do goleiro Bruno e das excelentes roubadas de bola do chileno Maldonado. O zagueiro Ronaldo Angelim, autor do gol da virada no último domingo, também não pode ser deixado de fora. As suas exibições foram de uma regularidade de fazer inveja aos zagueiros de qualquer time ou seleção.

O Rio de Janeiro, no entanto, não teve como única surpresa o Flamengo. O Fluminense também deu um show à parte nas últimas rodadas. Para quem já dizia que o tricolor carioca iria disputar a Série B em 2010, acabou se decepcionando com as vitórias seguidas do time das Laranjeiras. O técnico Cuca mexeu praticamente em toda a equipe que vinha jogando até então. Apenas o argentino Conca permaneceu. Como esse gringo joga bola!

O Botafogo, outro sério candidato ao rebaixamento, também cumpriu o seu papel na última rodada e venceu o Palmeiras em casa por 2 a 1. A vitória ainda tirou o time paulista da Libertadores de 2010. Pobre Muricy Ramalho! O agora treinador palmeirense deve estar com saudades do seu antigo clube, o São Paulo. Após três títulos seguidos, Muricy passou uma temporada em branco.

Já o Vasco, venceu a Série B e está de volta à elite do futebol nacional. O time cruzmaltino não fez mais do que a obrigação, e os torcedores esperam por dias melhores em São Januário. Léo Gago, ex-Avaí, e Élder Granja, ex-Sport Recife, foram contratados e já se apresentaram ao clube. Rafael Coelho, do Figueirense, um dos artilheiros da Série B, está bem próximo de ser anunciado. Resta saber quem vai comandar a caravela vascaína em 2010. Que os ventos continuem soprando a favor dos times cariocas no ano que vem. O futebol brasileiro agradece.

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A coluna foi escrita por mim e está originalmente no seguinte endereço: http://prosaemverso.com.br/index.php/2009/12/10/flamengo-garante-o-titulo-do-brasileirao-2009/

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domingo, 6 de dezembro de 2009

Série B acaba e fim da Série A ainda motiva clubes


O Campeonato Brasileiro da Série B acabou no último fim de semana e única novidade ficou por conta do rebaixamento do Juventude. Antes, já sabíamos do título do Vasco, além do acesso de Guarani, Ceará e Atlético-GO. Os outros três rebaixados para a Série C de 2010 também já estavam definidos antes mesmo de sábado: ABC, Campinense e Fortaleza. O Vasco ganhou a competição com propriedade, mas cabe ressaltar que era pura obrigação, nada mais do que isto. Creio que a festa da torcida foi exagerada para um título tão pequeno para a grandeza do clube. Para mim, o sentimento de alívio e de dever cumprido bastava. E ponto final.

Já na Série A, a disputa pelo título nacional ainda motiva os clubes para a última rodada, diferentemente de outros anos do campeonato de pontos corridos. O Flamengo leva vantagem, mas todo cuidado é pouco. O rubro-negro precisa apenas vencer o Grêmio, no Maracanã, para comemorar o hexacampeonato (nota: segundo a CBF, entidade máxima do futebol brasileiro, seria o penta) sem depender de outros resultados. Esta tarefa está sendo encarada sem seriedade pela maioria dos torcedores. Afinal, se o Grêmio ganhar, pode dar de lambuja o título para o seu maior inimigo, o Internacional. Uma observação: sou totalmente contra a atitude da torcida gremista, que vem pedindo para o time entregar o jogo e, consequentemente, o campeonato para o Flamengo. Os cariocas têm condição de vencer a partida sem depender disto. O Brasileirão de 2009 não precisa – e não pode – ser manchado por tão pouco.

Os antes badalados e temidos clubes de São Paulo correm por fora para levantar o caneco de 2010. Apesar de Palmeiras e São Paulo terem o mesmo número de pontos do Inter (62), os gaúchos levam vantagem pelo número de vitórias: 18, contra 17 dos dois.

O Internacional encara, em casa, o praticamente rebaixado Santo André. O Palmeiras, terceiro colocado, vai ao Rio de Janeiro jogar contra o Botafogo, que precisa vencer para escapar da degola. O São Paulo joga diante de sua torcida contra o lanterna e já rebaixado Sport.

Resumindo, o próximo fim de semana será de muitas emoções para quem gosta de futebol em todo o Brasil. Flamengo, Inter, Palmeiras e São Paulo. Qual torcida soltará o grito de “É campeão”? E qual clube se juntará a Sport e Náutico na Série B de 2010? Santo André, Botafogo, Coritiba ou Fluminense? Façam suas apostas!

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A coluna foi escrita por mim e está originalmente no seguinte endereço: http://prosaemverso.com.br/index.php/2009/12/03/serie-b-acaba-e-fim-da-serie-a-ainda-motiva-clubes/

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sábado, 14 de novembro de 2009

O Gigante da Colina voltou! Vasco campeão da Série B 2009


O Club de Regatas Vasco da Gama está de volta ao lugar que nunca deveria ter saído: a Série A. Com apenas 6 derrotas em 2009, o time conseguiu provar que o seu lugar de origem não é a Segunda Divisão. A vitória na noite desta sexta-feira, 13 de novembro, sobre o América-RN, coroou a campanha cruzmaltina. E ainda restam 3 rodadas para o fim da competição!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

SMTR admite que setor de transporte não acompanhou crescimento imobiliário de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro

Na última semana, o TIN mostrou como o crescimento imobiliário de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, tem prejudicado o trânsito do bairro. Procurada por nossa equipe, a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR), admitiu que Jacarepaguá se tornou um polo importante de desenvolvimento na cidade, com a multiplicação de moradias. Para minimizar o problema, já estão previstas algumas melhorias, até mesmo por conta dos Jogos Olímpicos de 2016.

O secretário municipal de Transportes, Alexandre Sansão, disse que o crescimento do bairro não foi acompanhado de investimentos de infraestrutura. “Teremos condições de começar a reverter este quadro, com projetos estruturantes de transporte público ligando a Barra da Tijuca e Jacarepaguá às demais regiões da cidade, como os corredores de BRT (Bus Rapid Transit) T5 (Barra da Tijuca - Penha) e Ligação C (Barra da Tijuca - Deodoro)”, afirmou.

Os traçados dos dois projetos de corredores expressos com ônibus articulados passam por Jacarepaguá e terão condições de transportar aproximadamente 500 mil pessoas diariamente. O edital de licitação será publicado até o fim do ano para que as obras já tenham início no primeiro semestre de 2010. “Pretendemos iniciar as obras da ligação C o mais rápido possivel para que os dois projetos de BRT estejam concluídos em 2013″, concluiu Sansão.

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A matéria foi escrita por mim e está originalmente no seguinte endereço: http://www.transporteideias.com.br/2009/10/22/smtr-admite-que-transporte-nao-acompanhou-crescimento-imobiliario-jacarepagua/

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Crescimento imobiliário provoca nó em trânsito de bairro da zona oeste do Rio de Janeiro

O crescimento imobiliário explosivo sem a implementação de projetos de trânsito e transporte público que acompanham o aumento populacional está tirando o sono de moradores de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro. Antes, as dificuldades de locomoção já existiam nas vias principais. Mas o quadro se agrava a cada dia. Agora, até mesmo as ruas de menor capacidade estão congestionadas.

O repórter aéreo Genílson Araújo, das rádios CBN, Globo e Beat98, que tem a missão de alertar os ouvintes sobre os problemas de tráfego da cidade, repara que o trânsito no bairro piorou muito. “Não só eu, o repórter, mas a população de Jacarepaguá percebe o que se passa diariamente”, conta.

Nos últimos anos, Jacarepaguá vem assistindo à derrubada de casas. Residências que abrigavam apenas uma família cada dão lugar a condomínios com dezenas - às vezes centenas - de apartamentos. Segundo dados da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), o ano de 2007 foi um marco para o mercado imobiliário da região. O bairro bateu a vizinha Barra da Tijuca - também na zona oeste, mas à beira-mar -, até então líder em lançamentos. Foram 4.290 unidades em Jacarepaguá, contra 2.993. No ano passado, 2.238 unidades foram lançadas, entre comerciais e residenciais.

Por ter muito espaço para ser explorado e um metro quadrado relativamente mais barato, o bairro acabou se transformando em um canteiro de obras. “Foram construídos, e ainda estão sendo construídos muitos prédios com a mudança de gabarito, principalmente na Estrada do Pau Ferro e na Estrada dos Três Rios”, diz o repórter que também é morador de Jacarepaguá. O público-alvo desses imóveis é a classe média.

Araújo prevê mais transtornos para a área, já que os futuros moradores levarão os seus automóveis também para as suas garagens, e demonstra também outra preocupação: a frota de veículos. De acordo o Detran-RJ, o total de veículos no município do Rio é de 2.227.731. Já no estado, a quantia também assusta: 4.642.164.

“O problema é que não houve, em contrapartida, o alargamento de vias e a criação de novas, ou até mesmo a estruturação delas para receber este tráfego”, comenta Araújo. Ele observa que o trânsito é pesado a qualquer hora do dia, mas quem acaba sofrendo mais são os moradores, que perdem muito tempo para sair do bairro, ou mesmo para pequenos deslocamentos internos.

O último grande projeto viário na região foi a Linha Amarela. A via expressa, que liga as zonas norte e oeste do Rio e passa pelo bairro, foi inaugurada há 12 anos. Os moradores esperam que o projeto do corredor de ônibus articulados T-5 finalmente saia do papel. A prefeitura promete publicar o edital de licitação do BRT que vai ligar a Barra da Tijuca à Penha, na zona norte, até o fim do ano

Segundo o repórter aéreo, os piores locais em Jacarepaguá em termos de trânsito são: Estrada do Pau Ferro, Estrada dos Três Rios, Avenida Geremário Dantas, Avenida Nélson Cardoso, Rua Cândido Benício, Estrada dos Bandeirantes e ruas secundárias.

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A matéria foi escrita por mim e está originalmente no seguinte endereço: http://www.transporteideias.com.br/2009/10/15/crescimento-imobiliario-provoca-no-em-transito-de-bairro-da-zona-oeste-do-rio/

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Trecho de "Budapeste"

Ao final do DVD "Uma Palavra", Chico Buarque lê este trecho do romance "Budapeste", de sua própria autoria.




Eu era um jovem louro e saudável quando adentrei a baía de Guanabara, errei pelas ruas do Rio de Janeiro e conheci Teresa. Ao ouvir cantar Teresa, caí de amores pelo seu idioma, e após três meses embatucado, senti que tinha a história do alemão na ponta dos dedos. A escrita me saía espontânea, num ritmo que não era o meu, e foi na batata da perna de Teresa que escrevi as primeiras palavras na língua nativa.

No princípio ela até gostou, ficou lisonjeada quando eu lhe disse que estava escrevendo um livro nela. Depois deu para ter ciúme, deu para me recusar seu corpo, disse que eu só a procurava a fim de escrever nela, e o livro já ia pelo sétimo capítulo quando ela me abandonou. Sem ela, perdi o fio do novelo, voltei ao prefácio, meu conhecimento da língua regrediu, pensei até em largar tudo e ir embora para Hamburgo. Passava os dias catatônico diante de uma folha de papel em branco, eu tinha me viciado em Teresa.

Experimentei escrever alguma coisa em mim mesmo, mas não era tão bom, então fui a Copacabana procurar as putas. Pagava para escrever nelas, e talvez lhes pagasse além do devido, pois elas simulavam orgasmos que me roubavam toda a concentração. Toquei na casa de Teresa, estava casada, chorei, ela me deu a mão, permitiu que eu escrevesse umas breves palavras enquanto o marido não vinha.

Passei a assediar as estudantes, que às vezes me deixavam escrever nas suas blusas, depois na dobra do braço, onde sentiam cócegas, depois na saia, nas coxas. E elas mostravam esses escritos às colegas, que muito os apreciavam, e subiam ao meu apartamento e me pediam que escrevesse o livro na cara delas, no pescoço. Depois despiam a blusa e me ofereciam os seios, a barriga e as costas. E davam a ler meus escritos a outras colegas, que subiam ao meu apartamento e me imploravam para arrancar suas calcinhas, e o negro das minhas letras reluzia em suas nádegas rosadas. Moças entravam e saiam da minha vida, e meu livro se dispersava por aí, cada capítulo a voar para um lado.

Foi quando apareceu aquela que se deitou em minha cama e me ensinou a escrever de trás para diante. Zelosa dos meus escritos, só ela os sabia ler, mirando-se no espelho, e de noite apagava o que de dia fora escrito, para que eu jamais cessasse de escrever meu livro nela. E engravidou de mim, e na sua barriga o livro foi ganhando novas formas, e foram dias e noites sem pausa, sem comer um sanduíche, trancado no quartinho da agência, até que eu cunhasse, no limite das forças, a frase final:

e a mulher amada, cujo leite eu já sorvera, me fez beber da água com que havia lavado sua blusa.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Saudades daquele tempo (por Helmut Leopold)

Que saudades daquele tempo
daquele tempo que nunca mais voltará.

Que saudades daquele tempo
que nunca mais vou viver.

Que saudades da minha infância
que já ficou para trás.

Mas ainda assim não me arrependo de nada,
aprendi com os acertos e muito mais com os erros.

Mesmo assim,
que saudades daquele tempo…

sábado, 11 de julho de 2009

Deficiência de transporte na Copa das Confederações serve de alerta para o Brasil

Após uma Copa das Confederações “nota 7.5” segundo a Fifa, a África do Sul ainda tem muito o que melhorar para receber a Copa do Mundo de 2010. Esta é a impressão do cinegrafista Jorge Ventura, de 65 anos, e que cobriu a competição pela TV Fuji, do Japão. Para ele, o exemplo sul-africano serve de alerta para o Brasil, já que considera os dois países no mesmo nível em termos de infraesturura.

Ventura esteve presente em cinco edições da Copa do Mundo: México (1986), Itália (1990), Estados Unidos (1994), Coreia do Sul/Japão (2002) e Alemanha (2006), além da Copa das Confederações de 2005, na própria Alemanha. O brasileiro também voltará à África no ano que vem.

A deficiência sul-africana nos transportes e em infraestrutura lembra a do Brasil, avalia o cinegrafista. Segundo ele, o país terá muito trabalho para se adequar aos padrões vistos nas Copas de 2002 e 2006. “Faltam cinco anos para 2014. É muito pouco tempo para tantas melhorias que precisam ser feitas”, afirma.

De acordo com o cinegrafista, que cobre a seleção brasileira para os japoneses, a dificuldade de locomoção na África do Sul foi geral. Até mesmo a imprensa não encontrou facilidades. Existem poucas opções de transporte público, e há, ainda, a polêmica em relação ao Bus Rapid Transit (BRT). Motoristas de vans, que dominam o transporte nas grandes cidades sul-africanas não estão nada satisfeitos com os planos de implantação de corredores de ônibus articulados. Até ameaças de morte foram feitas por líderes de sindicatos de transporte alternativo. Ventura, por exemplo, precisou alugar um carro, a melhor opção para ir de uma cidade para outra.

“Era cobrada uma quantia exorbitante por isso. A população local sabe dos problemas e isso foi refletido no aluguel do veículo”, comenta o brasileiro. Mas, ao mesmo tempo, ele conta que o custo de vida é barato na região, como por exemplo, gastos com hotel e alimentação.

Ventura notou que a África do Sul está toda em obras: estradas, trens e metrôs. Ao ser perguntado se crê que tudo ficará pronto até a Copa do Mundo, a resposta é rápida e sincera: “Tem que estar, não é mesmo?”.

O cinegrafista lembra que a Copa das Confederações é considerada um ensaio para a Copa do Mundo, e que, por conta disso, apresenta algumas diferenças. A maior parte dos torcedores que foram aos estádios em junho era composta de moradores locais, algo bem diferente do que acontece durante a principal competição de futebol, quando visitantes de toda parte do mundo comparecem aos jogos.

Ao comparar os transportes e locais de jogos da Alemanha, local sede da competição em 2006, Ventura vê um grande contraste: “Lá, tudo funcionava perfeitamente. Aqui na África do Sul ainda tem muito trabalho para ser feito, e dificilmente ficará parecido. O europeu é pontual e, o que se vê, é o estádio enchendo faltando poucos minutos para o início do jogo. Já no fim, todos vão embora sem confusão”, conclui.

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A matéria foi escrita por mim e está originalmente no seguinte endereço: http://www.transporteideias.com.br/2009/07/09/deficiencia-de-transporte-na-copa-das-confederacoes-serve-de-alerta-para-o-brasil/

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Adeus, Michael Jackson

Nesta quinta-feira, o mundo se despediu de um dos maiores ícones da música, talvez o maior da minha geração. Michael Jackson morreu aos 50 anos, após ter sofrido uma parada cardiorrespiratória. Em julho, ele faria uma série de shows para retomar a carreira.

Jackson passou mal em casa durante a tarde e foi levado para o hospital da Universidade da Califórnia (UCLA), onde chegou inconsciente. Os médicos tentaram reanimá-lo por uma hora, mas sem sucesso.

O mais curioso disso tudo foi a forma como a morte foi divulgada. Primeiro, o site (de fofoca) TMZ publicou. Timidamente, outros portais começaram a postar a notícia. No twitter, o que era um boato, começava a ganhar forma. Creio que a CNN foi a penúltima a dar a confirmar a informação, só perdendo para a Globo. O medo de uma "barriga" foi evidente. Afinal, qual seria a credibilidade de um site como o TMZ?

Não tenho dúvidas: daqui a pouco, muitos acreditarão que Jackson continua vivo, assim como Elvis Presley. O corpo de Michael Jackson pode estar em silêncio, no descanso eterno, mas as suas músicas nunca estiveram tão vivas.

Vida longa ao trabalho do Rei do Pop!

terça-feira, 23 de junho de 2009

“Piloto automático pode ser desligado durante uma turbulência”, adverte piloto

O desaparecimento do avião que fazia o trajeto Rio-Paris, da Air France, no Oceano Atlântico, no último dia 31 de maio, deixou medo e dúvidas nos passageiros. Afinal, quais são as dificuldades encontradas durante um voo e o que o piloto pode fazer em um momento como este? Para tentar entender melhor o tema, o TIN conversou com exclusividade com o piloto Gerson Silva, de 36 anos, e que tem 17 de experiência.

Um Airbus, como no caso do voo 447, ou outro tipo de aeronave, pode estar sujeito a problemas, como qualquer meio de transporte. E a turbulência é considerada uma das “vilãs” para quem está acostumado com o ar.

O piloto automático, por exemplo, é algo que auxilia – e muito – no cotidiano do profissional. Entretanto, ao enfrentar uma turbulência, este mecanismo pode parar de funcionar. “Se o piloto estiver acima da velocidade permitida e o computador identificar a turbulência, ele vai desligar o automático, é assim que funciona”, conta Silva. E, quando isto acontece, o piloto tem que assumir imediatamente o comando da aeronave.

Existem turbulências que não conseguem ser detectadas. Outras, quando há fenômenos naturais, como as nuvens Cb (nuvens de trovoada; base entre 700 e 1.500m, com topos chegando a 24 e 35 km de altura, sendo a média entre 9 e 12 km), o radar meterológico consegue captar. De acordo com o piloto, o problema é quando o avião entra em contato com uma nuvem. “Dentro da nuvem, todo ar é instável”, diz.

Silva explica que, dentro de alguns tipos de nuvens, há muito gelo. “São pedras de gelo muito grandes”, conta. Lá, como o ar é instável, o avião pode inclusive ser derrubado. No entanto, o piloto não pretende alarmar os passageiros. “Um avião é preparado para a turbulência, geralmente podendo agüentar sete metros para cima e para baixo. No caso das nuvens Cb, o que pode acontecer é uma pedra de gelo bater no pára-brisa do avião e danificar alguma outra parte”, diz.

Para Silva, os pilotos têm a obrigação de tentar tudo até o fim, quando uma dificuldade aparece subitamente. Um grande problema é quando há o rompimento de alguma parte do avião. “Neste caso, a situação fica mais complicada”, admite.

Na opinião do piloto, a revisão obrigatória que o avião faz não influencia diretamente nos problemas do voo. Cada aeronave é inspecionada periodicamente dependendo da sua hora de voo, do percurso, pousos e decolagens e o fabricante fica responsável por determinar estes fatores. O que prejudica mais, segundo Silva, são os problemas externos, que, em muitos casos, não podem ser previstos antes de uma viagem.

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A matéria foi escrita por mim e está originalmente no seguinte endereço: http://www.transporteideias.com.br/2009/06/23/%E2%80%9Cpiloto-automatico-pode-ser-desligado-durante-uma-turbulencia%E2%80%9D-adverte-piloto/

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Pedestres terão privilégios em Nova York

O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, sonha com a cidade sem automóveis. O político quer transformar a maior metrópole dos Estados Unidos em um lugar ecologicamente correto. Para isso, Bloomberg já começou uma campanha veiculada na televisão, visando sua candidatura para 2010.

De acordo com o jornal “O Globo”, o prefeito quer diminuir o tráfego de veículos em pelo menos 30% até 2013. Um dos planos de Bloomberg é transformar a Times Square em um espaço destinado exclusivamente aos pedestres. O lema da campanha é “Nova York verde”.

O prefeito já determinou que nos fins de semana de verão os trechos da Park Avenue, no Upper East Side, serão fechados para que nenhum carro passe. Também já existem em Nova York as chamadas “ilhas pedestres” em alguns pontos da cidade, como no Meatpacking District, Dumbo e nas cercanias da Water Street.

Bloomberg não quer apenas reduzir a emissão de gases poluentes em 30%. O político também tem o objetivo de plantar um milhão de árvores, obrigar condomínios e empresas a seguirem novas regras de economia de energia e de água, além de incentivar alternativas de energia.

Para que tudo isto funcione, o prefeito quer que os nova-iorquinos deixem o carro de lado e passem a utilizar o metrô com mais frequência. Uma nova mentalidade para uma nova cidade.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Vela diminui gastos e poluição em navios cargueiros

A crise financeira mundial e o combate à poluição fazem com que o ser humano busque alternativas. Algumas soluções são encontradas no passado, como no caso do navio à vela – uma técnica milenar que ajuda na redução dos gastos com energia.

Na Alemanha, um navio cargueiro que leva 30 mil toneladas a bordo (equivalente a 700 carretas), tem o auxílio de uma vela, a 300 metros de altura e que muito se assemelha a um parapente. A estrutura, do tamanho de uma quadra de basquete (15m x 28m), é feita de um nylon ultra-resistente.

A vela funciona como uma asa de um avião e é controlada por piloto automático, podendo ser ligada ou desligada de acordo com as condições do tempo. Ela assume 20% da força que o navio faz para andar para frente em alto-mar, em uma velocidade média de 27 km/h.

A força da natureza ajuda não só na redução de energia, mas também na economia de dinheiro. Em uma viagem entre Alemanha e o Brasil, por exemplo, um navio cargueiro gasta 300 mil litros de óleo diesel, em média. Com o auxílio do vento, este mesmo navio chega a economizar 60 mil litros de combustível, evitando assim a emissão de 200 toneladas de dióxido de carbono na atmosfera.

O inventor deste mecanismo, o engenheiro alemão Stefan Wrage, contou que teve a ideia aos 15 anos, empinando pipas. Oito embarcações da Alemanha já receberam as velas. A expectativa é equipar 250 navios anualmente em todo o mundo.

Cada vela custa o equivalente a R$ 5 milhões. Apesar de o valor parecer ser muito alto, os capitães dos navios afirmam que o custo é recuperado após 50 viagens transatlânticas.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Rio na vanguarda do transporte: criação do "trem-chicote"

Na mesma semana em que soubemos que o projeto do Transporte de Alta Velocidade (TAV) entre Rio de Janeiro e São Paulo irá custar mais US$ 3 bilhões do que o programado inicialmente, nos espantamos com o que aconteceu na zona norte do Rio, em Madureira. Imagens gravaram o momento em que agentes da SuperVia, concessionária que administra os trens, agrediram passageiros com chutes, socos e chicotadas improvisadas, na quarta-feira pela manhã. Estaria o Brasil entrando na frente de todos os outros países e, antes do trem-bala, lançando o "trem-chicote"?

Ironias à parte, o problema é sério. Os funcionários da SuperVia afirmam que alguns passageiros estariam bloqueando as portas, impedindo-as de fecharem automaticamente, enquanto outros usuários viajavam no teto dos vagões. Verdade ou não, isto não é motivo de agressão física. O presidente da empresa em questão pediu desculpas publicamente aos passageiros no dia seguinte pelo ocorrido, inclusive em mensagens gravadas veiculadas nos trens.

Por meio de nota, a concessionária assumiu a responsabilidade sobre os atos de violência e garantiu que vai revisar os métodos de treinamento das equipes de vigilância dos terminais. Inicialmente, os funcionários agressores foram afastados e posteriormente demitidos. De acordo com a Secretaria estadual de Transporte, a ordem demissão teria vindo do governador Sérgio Cabral.

Cabral também criticou os serviços da SuperVia, na quinta-feira, ao sair do Fórum Econômico Mundial da América Latina, no Rio. O governador comentou que o dinheiro empregado tem sido mal gasto e os vagões têm funcionado precariamente.

A sugestão e o mais sensato, a meu ver, foi o comentário final de Cabral, que é preciso fortalecer o sistema de trens, metrôs e barcas. A violência dos agentes da concessionária que administra os trens do Rio de Janeiro não tem explicação e nem poderá ter argumentos. Entretanto, o estado, assim como o Brasil, carece de uma melhor atenção no que diz respeito ao transporte público.

domingo, 19 de abril de 2009

O Papão

por Guerra Junqueiro (1850-1923), poeta português:

As crianças têm medo à noite, às horas mortas,
Do papão que as espera, hediondo, atrás das portas,
Para as levar no bolso ou no capuz dum frade.
Não te rias da infância, ó velha humanidade,
Que tu também tens medo ao bárbaro papão,
Que ruge pela boca enorme do trovão,
Que abençoa os punhais sangrentos dos tiranos,
Um papão que não faz a barba há seis mil anos,
E que mora, segundo os bonzos têm escrito,
Lá em cima, detrás da porta do infinito!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Pai martela celular da filha após receber conta astronômica

Esta é boa: o norte-americano Gregg Christoffersen não pensou duas vezes ao se deparar com a conta de celular da filha, de mais de US$ 4.700 (aproximadamente R$ 10 mil). O pai pegou o aparelho e martelou-o até ser destruído completamente.

Dena, a filha de 13 anos, sequer reclamou. Ela diz que se sentiu muito mal, mas que aprendeu a lição.

Gregg Christoffersen descobriu que Dena havia enviado cerca de 10 mil mensagens, algo bem absurdo. O pai ainda explicou que, na escola, as notas da filha pioraram muito em um curto período de tempo.

E você? O que você faria após receber uma conta de R$ 10 mil do celular do seu filho?

terça-feira, 31 de março de 2009

O futuro do jornal impresso

A tecnologia afeta a vida de todos os seres humanos, disto ninguém mais duvida. Nosso cotidiano está repleto de aparatos e, diante deste fato, o jornalismo impresso ainda resiste, mas não sabemos por quanto tempo. Segundo o professor de Mídias Globais da PUC-Rio, Luiz Léo, não há possibilidade de o jornal de papel ser extinto. Para ele, o periódico que nós conhecemos passou por diversas transformações até chegar ao modelo atual, e tem espaço para se modernizar ainda mais.

O professor explica que as novas tecnologias têm o papel de produzir e circular notícias assim como acontece no jornalismo impresso, mas contam com algumas características mais interessantes, como a instantaneidade e a interatividade, por exemplo. Estes fatores, no entanto, não seriam propriamente uma ameaça ao jornal de papel. De acordo com Léo, a experiência sensorial em folhear as páginas e de conseguir deslocar todas as notícias contidas em uma edição para onde quiser e poder dobrar, recortar e reler, ainda é o diferencial.

A jornalista Marcella Vieira, da Agência Rio, vai além: as reportagens do jornal impresso, segundo ela, contam com uma apuração mais produzida do que qualquer outro tipo de veículo e oferece um produto final “imbatível”, mais cuidadoso e zeloso do que o que costumamos ler na internet, por exemplo.

Léo partilha da opinião de que o que as novas tecnologias fazem nos dias de hoje não interferem propriamente no jornal impresso em si, mas na forma em que ele é feito, isto não só no Brasil, mas também em todo o mundo.

- A palavra escrita perde força velozmente, em razão de um certo imperativo das imagens, movimento este fielmente traduzido pelo ditado popular: "mais vale uma imagem do que mil palavras". Lamentavelmente, este "paradigma" invadiu o universo do texto, da palavra escrita, provocando severos danos. O principal deles: o empobrecimento dos conteúdos, que se já eram superficiais, quando permeados por imagens, ganham um caráter ainda mais volátil, simplório e evasivo – explica o professor.

Segundo Léo, o jornalismo impresso de hoje está muito mais visual do que propriamente textual, há mais espaço para imagens, sejam elas relativas a notícias ou até mesmo a propagandas. O professor cita que o aprofundamento da crítica está sendo suprimido, dando lugar a um tipo de conteúdo mais simples e imediatista, que em certas ocasiões pode ser também classificado como superficial.

Já Marcella argumenta que a mídia impressa no país carece de variedades e cita apenas O Globo, a Folha de S. Paulo e o Estadão como jornais tidos como nacionais.

- Os jornais locais, como Zero Hora, O Dia, Estado de Minas, entre outros, produzem bons conteúdos, entretanto, mais direcionados a uma determinada parcela da população que ele (jornal) abrange naquela determinada cidade – comenta.

O Brasil está na mesma situação dos outros países em relação ao futuro do jornal impresso, de acordo com Luiz Léo. Ele enumera alguns fatores que são de ordem mundial, como, por exemplo, o alto custo dos meios impressos e o escasso bem que é o papel, e explica que as revistas e jornais só se mantêm por conta da publicidade.

Para o professor, o perfil dos leitores do jornal impresso está mudando conforme as transformações vão acontecendo.

- A população, de uma maneira geral e não só a brasileira, tem tido mais acesso à educação nos últimos séculos, o que, em regra capacita-nos a conviver mais proximamente com a palavra escrita. A equação parece simples: população mais letrada, mais acesso a conhecimento e melhora dos conteúdos, já que se passaria a exigir mais dos meios. Na prática, no entanto, existem outros dados que se somam a esta conta: a perda de poder aquisitivo torna a informação um bem supérfluo, a despeito de o indivíduo estar mais apto a consumi-lo. Por outro lado, aqueles que se encontram num patamar de educação mais elevado e dispõe dos recursos financeiros para consumir a informação impressa, são sucessivamente confrontados pelas ofertas e o enorme poder de sedução que despertam as novas mídias e acabam abandonando os meios mais tradicionais – esclarece.

Marcella também concorda que as transformações na sociedade têm refletido diretamente no jornalismo impresso. A jornalista ressalta a importância de o jornal manter sua identidade diante de tantas mudanças que ocorrem no mundo.

- Acredito que para qualquer jornal que pretenda ser minimamente sério, a questão da identidade tem que estar ligada diretamente com a boa oferta de conteúdo e com a confiança que se quer passar para o leitor. O jornal pode mudar de visual e de jornalistas, mas jamais poderá perder a sua identidade – conclui.

quarta-feira, 4 de março de 2009

"Brothers and Sisters"

Após ter visto todas as temporadas de "A Sete Palmos" ("Six Feet Under", em inglês), fiquei "órfão" de série. Queria assistir uma, qualquer que fosse, mas do início. Tentei ver "Dexter", cujo personagem principal, interpretado por Michael C. Hall, é David Fisher em "Six Feet Under". Entretanto, não gostei muito... esperava mais. Foi aí que surgiu "Brothers and Sisters".

O espanto foi maior no primeiro capítulo. Sarah Griffiths, a polêmica e pertubada Brenda, de "A Sete Palmos" é uma das personagens principais. Gostei logo de cara! Para quem não sabe, aí vai um resumão da série: a trama gira em torno dos Walker e da empresa Ojai Foods, administrada pela família. O patriarca William morre logo no primeiro episódio. A mãe, que se chama Nora, é vivida por Sally Field, que terá que segurar a barra com seus cinco filhos já crescidos: Sarah, Kitty, Tommy, Kevin e Justin. O irmão de Nora, Saul, a ajudará nesta difícil missão.

Não pretendo resumir mais do que isso. A série com certeza merece ser vista por todos, sem exceção. É algo que agrada a gregos e troianos, sem sombra de dúvidas.

Quer conhecer? Ficou curioso? Segue uma "promo" abaixo:

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Adeus, "Six Feet Under"

"A Sete Palmos" ("Six Feet Under") foi com certeza uma das melhores séries feitas até hoje. Quem garante isto não sou eu, mas a crítica como um todo, além dos milhões e milhões de fãs. Pude acompanhar esta maravilha durante o mês de janeiro até o início de fevereiro, e garanto: vai ser difícil existir uma série tão boa quanto esta.

A quinta e última temporada, que acabou em 2005, é a mais triste de todas. Prefiro não entrar em detalhes, mas o antepenúltimo episódio consegue emocionar qualquer um. O último então, nem se fala, mais precisamente os últimos seis minutos.

Nesta última sequência não há diálogos, somente a música (belíssima) "Breath me", da Sia. Ficou curioso? Confira abaixo! Não recomendo para os que não viram a série.



Mais informações no imdb.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

"Janta" - Marcelo Camello e Mallu Magalhães

Eu quis te conhecer mas tenho que aceitar
Caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá
Pode ser cruel a eternidade
Eu ando em frente por sentir vontade

Eu quis te convencer mas chega de insistir
Caberá ao nosso amor o que há de vir
Pode ser a eternidade má
Caminho em frente pra sentir saudade

Paper clips and crayons in my bed
Everybody thinks that i'm sad
I'll take a ride in melodies and bees and birds
Will hear my words
Will be both us and you and them together

Cause i can forget about myself, trying to be everybody else
I feel allright that we can go away
And please my day
I let you stay with me if you surrender

Eu quis te conhecer mas tenho que aceitar
(I can forget about myself trying to be everybody else)
Caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá
(I feel all right that we can go away)
Pode ser a eternidade má
(And please my Day)
Eu ando sempre pra sentir vontade.
(I'll let you stay with me if you surrender)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Ainda te amo (por Helmut Leopold)

Sei que você não pode me ouvir,
Talvez também não queira me ler,
Mas de uma coisa tenho certeza: amo você...

O tempo passou, mas nada mudou,
O meu sentimento não foi coisa de momento...

O amor constrói, mas também sabe destruir,
Há muito tempo não sentia isso por alguém,
Só que você partiu, assim como meu coração...

O que vou fazer?
Como vou viver sem ter você?

Vou viver apenas,
Tentar aprender que nem tudo tem explicação,
Nem mesmo aquelas coisas que achamos fazer "com razão"...

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

"Lua Nova" e "Trovador Solitário"

Na semana passada, em uma tacada, acabei de ler "Lua Nova", de Stephenie Meyer (continuação de "Crepúsculo"), e comecei e finalizei a leitura de "Renato Russo: o Trovador Solitário", de Arthur Dapieve. Adorei os dois.

O primeiro conseguiu ser melhor que o primeiro livro da série, apesar de não ter o personagem principal muito "ativo". Não vou comentar muito a respeito, pois sei que muitos fãs do vampiro Edward Cullen e companhia ainda não leram "Lua Nova".

Sobre "Renato Russo: o Trovador Solitário", confesso uma coisa: tenho inveja do Dapieve (uma inveja BOA, que fique bem claro!!). Não somente por ele ser um brilhante jornalista e eu gostar muito dos seus textos, mas mais especificamente por ele ter vivido na época da Legião (em todas as fases!) e ter conseguido algumas vezes - eu disse algumas vezes - entrevistar o Renato Russo e a banda toda.

Não sei nem como explicar este sentimento. Como seria trabalhar (entrevistando, no caso), mas ao mesmo tempo estar diante do seu ídolo? Realmente não sei, mas ainda vou perguntar isso ao Dapieve. Com certeza eu iria ficar bem nervoso, pois o Renato representava muita coisa para aquela geração. Ainda hoje representa... ele não morreu!

Renato Russo estará para sempre vivo dentro de nós!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Seja bem-vindo, 2009!

Mais um ano novo. Vida nova? Espero que sim. Para celebrar a chegada de 2009, nada melhor do que recorrer a um gênio. Que tal Fernando Pessoa?

A vida

Para os erros há perdão;
para os fracassos, chance;
para os amores impossíveis, tempo...

Não deixe que a saudade sufoque,
que a rotina acomode,
que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e
acredite em você.

Gaste mais horas realizando que sonhando,
fazendo que planejando,
vivendo que esperando
Porque, embora quem quase morre esteja vivo,
quem quase vive já morreu.