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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Crescimento imobiliário provoca nó em trânsito de bairro da zona oeste do Rio de Janeiro

O crescimento imobiliário explosivo sem a implementação de projetos de trânsito e transporte público que acompanham o aumento populacional está tirando o sono de moradores de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro. Antes, as dificuldades de locomoção já existiam nas vias principais. Mas o quadro se agrava a cada dia. Agora, até mesmo as ruas de menor capacidade estão congestionadas.

O repórter aéreo Genílson Araújo, das rádios CBN, Globo e Beat98, que tem a missão de alertar os ouvintes sobre os problemas de tráfego da cidade, repara que o trânsito no bairro piorou muito. “Não só eu, o repórter, mas a população de Jacarepaguá percebe o que se passa diariamente”, conta.

Nos últimos anos, Jacarepaguá vem assistindo à derrubada de casas. Residências que abrigavam apenas uma família cada dão lugar a condomínios com dezenas - às vezes centenas - de apartamentos. Segundo dados da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), o ano de 2007 foi um marco para o mercado imobiliário da região. O bairro bateu a vizinha Barra da Tijuca - também na zona oeste, mas à beira-mar -, até então líder em lançamentos. Foram 4.290 unidades em Jacarepaguá, contra 2.993. No ano passado, 2.238 unidades foram lançadas, entre comerciais e residenciais.

Por ter muito espaço para ser explorado e um metro quadrado relativamente mais barato, o bairro acabou se transformando em um canteiro de obras. “Foram construídos, e ainda estão sendo construídos muitos prédios com a mudança de gabarito, principalmente na Estrada do Pau Ferro e na Estrada dos Três Rios”, diz o repórter que também é morador de Jacarepaguá. O público-alvo desses imóveis é a classe média.

Araújo prevê mais transtornos para a área, já que os futuros moradores levarão os seus automóveis também para as suas garagens, e demonstra também outra preocupação: a frota de veículos. De acordo o Detran-RJ, o total de veículos no município do Rio é de 2.227.731. Já no estado, a quantia também assusta: 4.642.164.

“O problema é que não houve, em contrapartida, o alargamento de vias e a criação de novas, ou até mesmo a estruturação delas para receber este tráfego”, comenta Araújo. Ele observa que o trânsito é pesado a qualquer hora do dia, mas quem acaba sofrendo mais são os moradores, que perdem muito tempo para sair do bairro, ou mesmo para pequenos deslocamentos internos.

O último grande projeto viário na região foi a Linha Amarela. A via expressa, que liga as zonas norte e oeste do Rio e passa pelo bairro, foi inaugurada há 12 anos. Os moradores esperam que o projeto do corredor de ônibus articulados T-5 finalmente saia do papel. A prefeitura promete publicar o edital de licitação do BRT que vai ligar a Barra da Tijuca à Penha, na zona norte, até o fim do ano

Segundo o repórter aéreo, os piores locais em Jacarepaguá em termos de trânsito são: Estrada do Pau Ferro, Estrada dos Três Rios, Avenida Geremário Dantas, Avenida Nélson Cardoso, Rua Cândido Benício, Estrada dos Bandeirantes e ruas secundárias.

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A matéria foi escrita por mim e está originalmente no seguinte endereço: http://www.transporteideias.com.br/2009/10/15/crescimento-imobiliario-provoca-no-em-transito-de-bairro-da-zona-oeste-do-rio/

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