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domingo, 4 de dezembro de 2011

Não foi desta vez, Ricardo Gomes

Há muito tempo que um Vasco x Flamengo não traduzia de forma tão literal a velha frase de que o duelo é um campeonato à parte. Mesmo com apenas o primeiro com chance de conquistar o Brasileirão 2011 em caso de vitória no Engenhão e derrota do Corinthians para o Palmeiras, a partida teve tensão e emoção do início ao fim, já que o Flamengo brigava por uma vaga na Libertadores e sonhava estragar possível festa do rival. E num confronto de bastante equilíbrio, com cada time superior em uma etapa, os rubro-negros conseguiram o empate por 1 a 1, que carimba o passaporte para a competição sul-americana - o adversário na Pré-Libertadores será o Real Potosí, na altitude da Bolívia. O time de Vanderlei Luxemburgo encerrou o Brasileirão na quarta posição, com 61 pontos, dez a menos que o campeão Corinthians.

Diego Souza, para o Vasco, no primeiro tempo, e Renato Abreu, para o Flamengo, no segundo, marcaram os gols da partida, que teve três expulsões - Jumar, Renato Abreu e Felipe. Apesar do resultado que não deu o sonhado penta brasileiro, a torcida vascaína comemorou o resultado como conquista de título. É bom lembrar que, mesmo se os cruz-maltinos saíssem de campo com vitória, não seriam campeões, já que o Corinthians conseguiu o empate por 0 a 0 com o Palmeiras.

Fonte: GloboEsporte.com

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O futuro de Ricardo Gomes está traçado*

Caríssimo Ricardo Gomes, anote em sua agenda: em 4 de dezembro, nove dias antes do seu 47º e mais festejado aniversário, você será campeão brasileiro. Logo após a épica partida contra o Flamengo, ainda enxugando as lágrimas nas mangas de sua camisa preta, você receberá o mais longo, envolvente e inesquecível dos tantos abraços que Carol e Diego já te deram na vida. Um a um, os jogadores repetirão a coreografia e você se enxergará refletido nos olhos vermelhos de cada um deles. E, então, em um gesto talvez sem precedentes na história do futebol, Juninho te chamará ao centro do campo (“s’il vous plaît, monsieur”) e você será o primeiro treinador a erguer uma taça no lugar do capitão do time.

A partir de agora, Ricardo, o futuro está escrito. Durante 19 rodadas, três mágicos meses, uma força descomunal tomará conta de seus jogadores. Absolutamente possuídos, todos serão mais do que são. Cada um será mais do que um. E o velho lugar comum terá de ser repensado. Futebol passará a ser 11 contra 22. Nunca um time correrá tanto, se entregará tanto e vencerá tanto por seu treinador.

Incrédulos, todos se perguntarão como, de que forma, por quê? Não haverá respostas, apenas fatos. Jogo após jogo, a história ocorrerá da mesma maneira. Será mais ou menos assim. Fernando Prass enlouquecerá os atacantes como Jaguaré, saltará como Barbosa, sairá do gol como Andrada, abrirá os braços como Acácio e se colocará como Carlos Germano. Fagner será impetuoso como Paulinho de Almeida, vigoroso como Orlando Lelé, certeiro nos cruzamentos como Paulo Roberto. Dedé, além de Dedé, incorporará Augusto, Bellini, Brito, Mauro Galvão. Renato Silva será o zagueiro-zagueiro, sempre presente nas maiores conquistas do clube, como Miguel, Moisés, Abel e Odvan. Julinho ganhará farda, quepe e nova patente e passará a atender pelo nome de Coronel. Jumar fará no meio e na lateral o que Mazinho fazia na lateral e no meio.

Rômulo ora desarmará e sairá jogando com a classe de Eli, ora será um operário-padrão, daqueles que merecem foto todo mês na parede da firma, como Alcir Portela. Eduardo Costa, acreditem nos poderes da alquimia, desfilará pelo meio-campo tal qual o Príncipe Danilo e dará carrinhos como Luisinho. Bernardo beberá da fonte de Fausto, Friaça, Lelé, Isaías, Geovani, Tita e Pedrinho. A Diego Souza bastará vestir a 10, camisa que, se espremida, dá hectolitros de gols.

Éder Luis será um pouco Maneca, um pouco Ipojucan, cem gramas de Chico, uma pitada de Almir, uma xícara de Jorginho Carvoeiro, uma dose de Mauricinho, um punhado de Bebeto, um frasco de Edmundo e duas rodelas de Euller. Nem precisará levar sal.

Alecsandro e Elton – quem viver verá – chutarão como Vavá, gingarão como Ademir Menezes, explodirão feito Dinamite, descobrirão a quina da pequena área tal qual Romário e terão a estrela de Sorato.

E Felipe e Juninho? Bastará que sejam Felipe e Juninho.

E assim será. Por 19 rodadas. Por três mágicos meses. Um por todos e todos por Ricardo Gomes.

E, então, no dia 4 de dezembro, meus amigos, acontecerá a grande catarse, o inexplicável, o sobre-humano.  A cidade será tomada por uma ofegante epidemia. O Vasco conquistará o título em cima de seu maior rival, em um jogo para sempre. E Ricardo Gomes – o garoto das peladas no Portão 18 do Maracanã, o zagueiro de fraque e cartola, uma das melhores índoles que já passaram pelo futebol brasileiro, o treinador que pegou um time destroçado, juntou seus cacos e deu ao torcedor vascaíno habeas corpus para o grito encarcerado na garganta há oito anos – enxugará suas lágrimas nas mangas da camisa preta, receberá o mais longo, envolvente e inesquecível abraço de Carol e Diego e, por alguns instantes, mergulhará em um profundo e aconchegante silêncio, que só será quebrado pela voz de seu capitão: “S’il vous plaît, monsieur”.

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O texto foi escrito pelo jornalista (e vascaíno) Claudio Fernandez, no blog do JB: http://jblog.jb.com.br/vascodagama/2011/08/30/o-futuro-de-ricardo-gomes-esta-tracado/


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Gol da classificação contra o Palmeiras foi o primeiro de Jumar pelo Vasco

O volante Jumar marcou um golaço de fora da área contra o Palmeiras nesta quinta-feira (25/08), no Pacaembu, na derrota do Vasco por 3 a 1 pela partida de volta da Copa Sul-Americana. O que muitos não sabem é que este foi o primeiro gol de Jumar com a camisa do Vasco.

O volante, de 25 anos, completou 48 jogos pela equipe cruzmaltina justamente contra o seu ex-time. Jumar jogou de 2008 a 2009 no Palmeiras, depois de passar pelo Bandeirantes e Paraná. Pelo Palmeiras, Jumar foi campeão paulista em 2008. A estreia de Jumar com a camisa do Vasco foi no dia 13 de janeiro de 2010, no empate do Vasco com a Seleção Capixaba por 1 a 1.

Assista ao gol do volante cruzmaltino:





sexta-feira, 1 de julho de 2011

Enquanto houver um coração infantil, o Vasco será imortal


Depois de alguns anos sem um título de expressão no futebol, os vascaínos puderam, em 2011, comemorar a conquista da Copa do Brasil. Uma final emocionante contra o Coritiba, no Estádio Couto Pereira, em Curitiba, marcou a partida em que o Vasco perdeu por 3 a 2 para os donos da casa, mas ficou com o troféu por ter feito mais gols fora dos seus domínios, critério de desempate na competição. No jogo de ida, os cruzmaltinos venceram por 1 a 0 em São Januário.

A conquista também representou o primeiro título para muitos pequenos vascaínos que nunca haviam gritado “É campeão”. Eles puderam, então, vestir as suas camisas do clube do coração com orgulho, estufar o peito e dizer que a equipe havia vencido uma competição nacional. E, além disso, zombar dos amiguinhos, torcedores de times rivais, que ficaram pelo caminho durante a Copa do Brasil.

“Enquanto houver um coração infantil, o Vasco será imortal”. A célebre frase de Cyro Aranha, ex-presidente do Vasco, está estampada nos muros de São Januário. Os pequenos torcedores do Gigante da Colina podem comemorar! A torcida toda está bem feliz, Norte-Sul deste país, como diz o hino!

Como é bom ser campeão!

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A coluna foi escrita por mim e publicada originalmente no link:
http://bolademeiafc.blogspot.com/2011/07/enquanto-houver-um-coracao-infantil-o.html

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Pernas de pau também amam futebol

Foi-se o tempo em que eu me arriscava em partidas de futebol no colégio. Digo me arriscava, pois nunca fui uma pessoa com muita habilidade com a bola. Se eu pudesse descrever a minha relação com a bola de futebol, com certeza diria que é algo como dois seres que nasceram para dar certo, que nada nem ninguém poderia atrapalhar. Tudo isso, mas ao contrário. Confesso: eu sempre fui um perna de pau.

Apesar de toda esta descrição um tanto bisonha a respeito da minha (falta de) habilidade com a pelota, nunca fui passado para trás nas conversas sobre futebol. Aliás, neste quesito eu sempre me orgulhei. Como um bom curioso em todos os aspectos da vida – e inclusive foi este um dos motivos pelos quais me tornei jornalista –, no que diz respeito à informação, nunca fiquei comendo mosca quando o papo era sobre futebol brasileiro e mundial.

A paixão pelo Club de Regatas Vasco da Gama talvez tenha desencadeado isso. Como um beduíno sedento por notícias e fã de jogos para computador como Elifoot e Championship Manager, sempre me mantive atualizado a respeito das últimas contratações, escalações de times e seleções dos mais diversos países, além dos títulos, inclusive de clubes rivais. Resumindo, alguns podem me considerar um nerd da bola.

Creio que o mais interessante no futebol é justamente isso: até mesmo aqueles que não têm intimidade com o jogo em sim, isto é, a forma de jogar, podem ser grandes conhecedores. Não quero dizer que é o meu caso, mas é possível dizer, sem medo de errar, que vários pernas de pau entendem muito mais do esporte bretão do que muito craque por aí.

Então, pernas de pau, não tenham vergonha. Não têm por que ter medo ou se desesperar. Há espaço para todos no mundo da bola, inclusive para mim.

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A coluna foi escrita por mim e publicada originalmente no link:
http://bolademeiafc.blogspot.com/2011/05/pernas-de-pau-tambem-amam-futebol.html

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Cartão vermelho para o racismo

No último domingo, o Vasco estreou o seu novo terceiro uniforme. A camisa lembra o episódio ocorrido em abril de 1924, quando o então presidente do clube cruzmaltino, José Augusto Prestes, desistiu de se filiar à Associação Metropolitana de Esportes Athléticos (Amea), pelo fato de a organização ter pedido a retirada de 12 jogadores negros do time. A nova camisa três vascaína é toda preta e faz alusão aos "Camisas Negras", como ficaram conhecidos os jogadores da época.

A carta do presidente do Vasco à Amea foi apenas o pontapé inicial para que o racismo fosse deixado de lado, pelo menos dentro das quatro linhas durante uma partida de futebol no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro. Infelizmente, até hoje, sabemos que ainda há muitos casos de racismo no esporte. Muitos atletas são tratados de forma desrespeitosa mundo afora.

Tentemos imaginar o futebol sem Pelé. Difícil, não é mesmo? O Brasil e o futebol sem Pelé é algo impensável para qualquer fanático. Como o nosso país poderia virar referência no futebol se não fossem os negros, mais especificamente por Edson Arantes do Nascimento, o mineiro de Três Corações? Não foi só Pelé que nos deu alegrias nos gramados, é verdade. Um time é mais do que apenas um craque, mas não há como negar que alguns fazem a diferença em qualquer campo da vida, não somente no esporte: seja negro, branco ou amarelo.

Os pequenos torcedores precisam saber da importância de sermos todos iguais, independentemente de cor, raça ou religião. Há que se ter respeito para conviver em harmonia, sem briga e confusão. Mostrar um pouco da história serve de base para que seja feita a coisa certa no futuro. Afinal, os jovens representam o amanhã, a esperança de dias melhores.

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A coluna foi escrita por mim e publicada originalmente no link:
http://bolademeiafc.blogspot.com/2011/04/cartao-vermelho-para-o-racismo.html

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Seguindo os passos dos ídolos


As crianças, especialmente as brasileiras, têm nos jogadores de futebol os seus ídolos. Desde cedo elas escolhem um, de preferência o do time do coração, e ficam imaginando, sonhando acordadas, como a vida poderia ser na pele de um craque. Os jogadores são, neste caso, como super-heróis. Em vez de poderes, eles têm o objetivo de dar alegria aos torcedores, com lindos lances e gols que decidem partidas e campeonatos.

Nos últimos anos, muitos goleiros também têm sido idolatrados. Justo eles que são, na teoria, os "estraga-prazeres" dos craques. Todo camisa 1 de um time tem a obrigação de defender a meta. Em Portugal, por exemplo, os goleiros são chamados de guarda-redes. Talvez não exista definição melhor. Quando um goleiro não leva gol durante uma partida, já é meio caminho andado para um resultado positivo. No mínimo, um empate está garantido.

Tidos como exemplos a serem seguidos pelos milhões de fãs, a maioria dos jogadores se preocupa com a imagem que é passada para os torcedores. Infelizmente, não é raro vermos a indisciplina aparecer fora das quatro linhas. Ainda há bad-boys no futebol, mas talvez eles só existam porque conseguem cumprir o dever dentro de campo.

O espelho de muitos jovens são aqueles jogadores com verdadeiras histórias de superação. O menino pobre, sem instrução, que apenas com o futebol consegue ser idolatrado e, ao mesmo tempo, ganhar dinheiro e fama. Com o passar dos anos, a história se repete, apesar de rara num universo de tantos aspirantes a craques. Na cabeça de uma criança, tudo é possível, até mesmo ser o outrora jogador idolatrado. Afinal, sonhar não custa nada.

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A coluna foi escrita por mim e publicada originalmente no link:
http://bolademeiafc.blogspot.com/2011/02/seguindo-os-passos-dos-idolos.html