Há 10 anos, o Vasco disputava o primeiro Mundial de Clubes organizado pela entidade máxima de futebol mundial, a Fifa. O clube ganhou o direito de participar da competição por ter sido o campeão sul-americano de 1998, a Taça Libertadores da América.
Que saudades eu tenho desse time! Com certeza, desde que me entendo por gente, o time vascaíno de 2000 foi o melhor que vi jogar. Melhor inclusive que o campeão brasileiro de 97, com Edmundo em grande fase, e o campeão da Libertadores de 98, com Donizete Pantera e Luizão no ataque. Nasci em 1986, então não vivi a época de Roberto Dinamite ou o início de Romário na Colina. Mas não tenho motivos para ficar triste. Pude acompanhar uma época vitoriosa do Vasco.
Outros sete times também disputavam o Mundial de 2000: o espanhol Real Madrid (campeão europeu e intercontinental de 1998), o inglês Manchester United (campeão europeu e intercontinental de 1999), além de Necaxa (México), Raja Casablanca (Marrocos), Al-Nassr (Arábia Saudita), South Melbourne e o Corinthians, que foi o único convidado por ser o time brasileiro campeão do torneio nacional de 1998 e 1999. Ou seja: o time paulista era o único dali que não havia sido campeão continental e justamente acabou sendo o campeão do Mundial. Quanta injustiça!
Digo injustiça porque o Vasco merecia o título. Jogou para isso. O time não era só bom no papel, na prática também. Esses mesmos jogadores foram campeões do Campeonato Brasileiro de 2000 (Copa João Havelange) e da Copa Mercosul (também de 2000), que após de estarem perdendo por 3 a 0 conseguiram virar para 4 a 3 no segundo tempo, do Palmeiras, em pleno campo do adversário. Falo com convicção que o Vasco merecia o título de 2000, não é apenas o retrato da dor de um torcedor apaixonado.
Voltando a falar sobre o Mundial: o time vascaíno deu um show durante a competição. Na primeira fase, venceu os três jogos. Meteu 2 a 0 no South Melbourne na partida de estreia, venceu o temido Manchester United por 3 a 1 (com show de Romário e Edmundo), e sapecou 2 a 1 no Necaxa. No outro grupo, o Corinthians foi o primeiro graças a um gol ilegítimo do zagueiro Fabio Luciano (o mesmo que jogou recentemente no Flamengo) contra o Real Madrid e se classificou para a decisão.
Na final, em um Maracanã lotado, a partida não saiu do 0 a 0, nem mesmo na prorrogação. Não consigo esquecer do lance que o meia Juninho Pernambucano poderia ter chutado e sacramentado a vitória e o tão desejado título. Em vez disso, preferiu rolar a bola para o meio da área, onde nenhum atacante vascaíno conseguiu aproveitar a chance. Infelizmente a partida foi para os pênaltis e infelizmente o Vasco perdeu. Edmundo isolou a última cobrança e o Corinthians se sagrou campeão mundial sem ao menos ter sido campeão continental. Uma tremenda injustiça!
Tenho saudades desse time, volto a repetir. O vice-campeonato mundial não manchou a carreira desses jogadores, muito pelo contrário. Muitos já eram consagrados, como era o caso de Romário e Edmundo. Para quem não se lembra, aí vai a escalação do time que atuou na estreia do torneio: Hélton, Jorginho, Mauro Galvão, Júnior Baiano e Gilberto; Amaral, Juninho Pernambucano, Ramon e Felipe; Romário e Edmundo.
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A coluna foi escrita por mim e está originalmente no seguinte endereço:
http://prosaemverso.com.br/index.php/2010/01/07/saudades-de-um-passado-nao-muito-distante/Conheça o
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