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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Pernas de pau também amam futebol

Foi-se o tempo em que eu me arriscava em partidas de futebol no colégio. Digo me arriscava, pois nunca fui uma pessoa com muita habilidade com a bola. Se eu pudesse descrever a minha relação com a bola de futebol, com certeza diria que é algo como dois seres que nasceram para dar certo, que nada nem ninguém poderia atrapalhar. Tudo isso, mas ao contrário. Confesso: eu sempre fui um perna de pau.

Apesar de toda esta descrição um tanto bisonha a respeito da minha (falta de) habilidade com a pelota, nunca fui passado para trás nas conversas sobre futebol. Aliás, neste quesito eu sempre me orgulhei. Como um bom curioso em todos os aspectos da vida – e inclusive foi este um dos motivos pelos quais me tornei jornalista –, no que diz respeito à informação, nunca fiquei comendo mosca quando o papo era sobre futebol brasileiro e mundial.

A paixão pelo Club de Regatas Vasco da Gama talvez tenha desencadeado isso. Como um beduíno sedento por notícias e fã de jogos para computador como Elifoot e Championship Manager, sempre me mantive atualizado a respeito das últimas contratações, escalações de times e seleções dos mais diversos países, além dos títulos, inclusive de clubes rivais. Resumindo, alguns podem me considerar um nerd da bola.

Creio que o mais interessante no futebol é justamente isso: até mesmo aqueles que não têm intimidade com o jogo em sim, isto é, a forma de jogar, podem ser grandes conhecedores. Não quero dizer que é o meu caso, mas é possível dizer, sem medo de errar, que vários pernas de pau entendem muito mais do esporte bretão do que muito craque por aí.

Então, pernas de pau, não tenham vergonha. Não têm por que ter medo ou se desesperar. Há espaço para todos no mundo da bola, inclusive para mim.

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A coluna foi escrita por mim e publicada originalmente no link:
http://bolademeiafc.blogspot.com/2011/05/pernas-de-pau-tambem-amam-futebol.html

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Cartão vermelho para o racismo

No último domingo, o Vasco estreou o seu novo terceiro uniforme. A camisa lembra o episódio ocorrido em abril de 1924, quando o então presidente do clube cruzmaltino, José Augusto Prestes, desistiu de se filiar à Associação Metropolitana de Esportes Athléticos (Amea), pelo fato de a organização ter pedido a retirada de 12 jogadores negros do time. A nova camisa três vascaína é toda preta e faz alusão aos "Camisas Negras", como ficaram conhecidos os jogadores da época.

A carta do presidente do Vasco à Amea foi apenas o pontapé inicial para que o racismo fosse deixado de lado, pelo menos dentro das quatro linhas durante uma partida de futebol no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro. Infelizmente, até hoje, sabemos que ainda há muitos casos de racismo no esporte. Muitos atletas são tratados de forma desrespeitosa mundo afora.

Tentemos imaginar o futebol sem Pelé. Difícil, não é mesmo? O Brasil e o futebol sem Pelé é algo impensável para qualquer fanático. Como o nosso país poderia virar referência no futebol se não fossem os negros, mais especificamente por Edson Arantes do Nascimento, o mineiro de Três Corações? Não foi só Pelé que nos deu alegrias nos gramados, é verdade. Um time é mais do que apenas um craque, mas não há como negar que alguns fazem a diferença em qualquer campo da vida, não somente no esporte: seja negro, branco ou amarelo.

Os pequenos torcedores precisam saber da importância de sermos todos iguais, independentemente de cor, raça ou religião. Há que se ter respeito para conviver em harmonia, sem briga e confusão. Mostrar um pouco da história serve de base para que seja feita a coisa certa no futuro. Afinal, os jovens representam o amanhã, a esperança de dias melhores.

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A coluna foi escrita por mim e publicada originalmente no link:
http://bolademeiafc.blogspot.com/2011/04/cartao-vermelho-para-o-racismo.html

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Seguindo os passos dos ídolos


As crianças, especialmente as brasileiras, têm nos jogadores de futebol os seus ídolos. Desde cedo elas escolhem um, de preferência o do time do coração, e ficam imaginando, sonhando acordadas, como a vida poderia ser na pele de um craque. Os jogadores são, neste caso, como super-heróis. Em vez de poderes, eles têm o objetivo de dar alegria aos torcedores, com lindos lances e gols que decidem partidas e campeonatos.

Nos últimos anos, muitos goleiros também têm sido idolatrados. Justo eles que são, na teoria, os "estraga-prazeres" dos craques. Todo camisa 1 de um time tem a obrigação de defender a meta. Em Portugal, por exemplo, os goleiros são chamados de guarda-redes. Talvez não exista definição melhor. Quando um goleiro não leva gol durante uma partida, já é meio caminho andado para um resultado positivo. No mínimo, um empate está garantido.

Tidos como exemplos a serem seguidos pelos milhões de fãs, a maioria dos jogadores se preocupa com a imagem que é passada para os torcedores. Infelizmente, não é raro vermos a indisciplina aparecer fora das quatro linhas. Ainda há bad-boys no futebol, mas talvez eles só existam porque conseguem cumprir o dever dentro de campo.

O espelho de muitos jovens são aqueles jogadores com verdadeiras histórias de superação. O menino pobre, sem instrução, que apenas com o futebol consegue ser idolatrado e, ao mesmo tempo, ganhar dinheiro e fama. Com o passar dos anos, a história se repete, apesar de rara num universo de tantos aspirantes a craques. Na cabeça de uma criança, tudo é possível, até mesmo ser o outrora jogador idolatrado. Afinal, sonhar não custa nada.

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A coluna foi escrita por mim e publicada originalmente no link:
http://bolademeiafc.blogspot.com/2011/02/seguindo-os-passos-dos-idolos.html